Suspeito do duplo homicídio em Aguiar da Beira ficou em prisão preventiva

Ficou em prisão preventiva o suspeito do duplo homicídio a 11 de Outubro em Aguiar da Beira. A medida foi justificada «dado o elevado perigo de fuga, continuação da actividade criminosa, perturbação do inquérito» e «alarme social». Pedro Dias, de 44 anos, está acusado da autoria material de dois crimes de homicídio qualificado, três de homicídio qualificado na forma tentada, três crimes de sequestro e um de roubo. Um militar da GNR morreu e um outro ficou ferido. Na mesma madrugada, um homem morreu e a mulher ficou gravemente ferida, também alvejados a tiro, na viatura em que seguiam.
Na passada Quinta-feira, depois de ter passado uma noite na sede da PJ da Guarda, o arguido foi presente a tribunal tendo saído, pelas 21 horas, para o estabelecimento prisional da Guarda. No dia seguinte viria a ser transferido para a cadeia de alta segurança de Monsanto, em Lisboa. Não foram divulgadas as razões da transferência, mas para aquela cadeia vão habitualmente reclusos susceptíveis de provocarem instabilidade no sistema prisional. As regras de alta segurança de Monsanto fazem com que cada recluso tenha direito a uma cela individual e os movimentos dentro da cadeira sejam mais restringidos.
Naquele estabelecimento prisional encontram-se o luso-brasileiro Marcus Fernandes, que cumpre uma pena de 25 anos pelo homicídio de dois agentes da PSP da Amadora, e o luso-americano Allan Sharif, famoso por assaltar bancos nos EUA a partir de casa, em Fornos de Algodres. Viria a ser preso em Portugal, em 2008, tendo depois sido condenado a 17 anos de prisão por burla e extorsão e, mais tarde, a dez anos por rapto de um empresário.
Pedro Dias entregou-se às autoridades depois de dar uma entrevista à RTP
Pedro Dias entregou-se na noite de Terça-feira da semana passada às autoridades depois de ter estado 28 dias em fuga. O momento viria a ser registado em directo por uma equipa da RTP e testemunhado também por um jornalista do Diário de Coimbra. Poucos momentos antes, o suspeito do duplo homicídio deu uma entrevista ao canal público alegado ser inocente dos crimes que o acusam, garantindo ainda que o militar da GNR que sobreviveu poderá dar explicações sobre o que terá realmente acontecido naquela madrugada.
O fugitivo disse ainda que não tinha tido oportunidade para se entregar mais cedo e que receava pela vida. Pedro Dias diz que estava a dormir no carro, foi abordado pelos militares da GNR que lhe pediram a identificação e a partir daí não entra em pormenores.
Segundo o suspeito, cerca das 09h00 do dia 11 de Outubro um sargento daquela força militar ligou-lhe, garantindo-lhe que ia ser morto. Foi a partir desse momento que decidiu fugir utilizando para isso casas abandonadas, comendo castanhas, lavando-se no rio e sobrevivendo com apenas 60 euros no bolso. Garante que não sequestrou ninguém, não roubou ninguém e volta a dizer que não matou ninguém. Nega ainda que não furtou nenhuma viatura. Decidiu entregar-se porque, garantiu, não consegue imaginar-se a viver como um foragido o resto da sua vida até porque é pai de um menino de dez meses e de uma menina de dez anos.
No dia seguinte à sua detenção, a Polícia Judiciária (PJ) constituiu como arguida uma mulher de 61 anos, ex-professora do suspeito, por suspeitas de o ter ajudado a esconder-se nos últimos dias. O crime de favorecimento pessoal pode punido com 3 anos de prisão.
Segundo refere o semanário “Expresso”, a PJ garante que ao longo de aproximadamente quatro semanas de investigação, «em estreita colaboração operacional com a GNR», foi, segundo os investigadores da Judiciária, possível «reconstruir parte substancial do itinerário de fuga empreendido pelo ora detido» bem como «recolher relevantes elementos indiciários relativos à vasta atividade delituosa que lhe é imputada».

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