Teste do pezinho indica que a Guarda é um dos distritos onde a natalidade baixou
O número de nascimentos na maternidade da Guarda voltou a ficar abaixo dos 600 no ano passado. A Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda registou 568 nascimentos, menos do que em 2014, ano em que nasceram 575. Do total de partos realizados seis foram gemelares e 32,9 por cento foi por cesariana. Desde 2012 que a maternidade da Guarda não regista um número de nascimentos superiores a 600. O mais próximo desta marca foi 2014 com 575, o que representou um aumento face a 2013, ano em que nasceram 560 crianças. Mesmo assim a diferença não compensa as quebras dos últimos anos. Em 2008, a maternidade da Guarda ainda contabilizava 718 nascimentos.
O número de nascimentos na maternidade da Guarda pode, no entanto, não corresponder ao número de crianças nascidas no distrito. Tal como o TB noticiou recentemente, as estatísticas provam que há uma discrepância nos dados sobre a natalidade. O relatório do Programa Nacional Diagnóstico Precoce, o chamado teste do pezinho, referente a 2015, indica que no ano passado foram feitos 752 testes a crianças recém-nascidas no distrito. São mais 184 crianças do que as que nasceram na maternidade da Guarda. E são menos 57 testes do que os que foram feitos em 2014. Recorde-se que o relatório de 2014 indicava a realização de 809 testes, mais 234 crianças do que as registadas na maternidade do hospital da Guarda.
Tendo em conta estes indicadores, a Guarda é um distritos onde a natalidade baixou. Aconteceu o mesmo em Aveiro, Beja e Açores. Em Bragança realizaram-se 612 testes e no distrito de Castelo Branco foram realizados pouco mais de mil testes. Na maternidade do Centro Hospitalar da Cova da Beira, uma das duas do distrito de Castelo Branco, nasceram 555 crianças em 551 partos realizados.
De acordo com os dados do Instituto Ricardo Jorge em 2015 foram realizados 85.058 testes, mais 1.958 do que em 2014. O distrito do Porto foi onde se verificou o maior aumento de recém-nascidos estudados (15631, mais 538 do que em 2014), mas é no distrito de Lisboa onde continuam a nascer mais bebés (24603, mais 212 do que no ano anterior). Braga também registou um aumento significativo de exames realizados (6189, mais 301), assim como Faro (4024, mais 240), Coimbra (3766, mais 142) e a Região Autónoma da Madeira (1893, mais 130).
O teste do pezinho tem como objectivo primário o rastreio neonatal de doenças cujo tratamento precoce permita evitar, nas crianças rastreadas, atraso mental, situações de coma e alterações neurológicas ou metabólicas graves e definitivas. É feito entre o terceiro e o sexto dia de vida do recém-nascido.
Elisabete Gonçalves
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