Tribunal da Guarda divulga hoje sentença para os 23 acusados de associação criminosa


Um grupo de 23 arguidos que está acusado dos crimes de associação criminosa, usura e extorsão praticados nas zonas da Guarda, Covilhã, Castelo Branco e Portalegre, conhece hoje a sentença do Tribunal da Guarda. O Ministério Público (MP) acusou um grupo de 23 arguidos, 12 homens e 11 mulheres, com idades entre 23 e 73 anos, de realizar empréstimos em dinheiro, e que, através da extorsão, exigiu o pagamento de juros elevados a dezenas de vítimas.
Dez dos arguidos estão também acusados de crimes de branqueamento de capitais, três de detenção de arma proibida e um de crime de incêndio. «Tendo em vista a obtenção ilícita de elevadas vantagens patrimoniais, todos os arguidos, no âmbito de uma vontade colectiva, criaram todo um substrato material para a respectiva cobrança de juros mensais e ações de intimidação física e psicológica, para que tais pagamentos fossem efectuados sem falhas, e idealizaram e colocaram em prática todos os meios financeiros para que as quantias ilicitamente obtidas fossem ocultadas, desviando-as entre contas bancárias, escoando das mesmas avultados montantes», relata o MP.
Segundo a fonte, «seguindo tal propósito, por cada 500 euros de empréstimo eram devidos 100 euros de juros por mês, não abatendo os juros à divida inicial, tendo esta que ser paga na sua totalidade, por uma única vez”.
O julgamento dos suspeitos começou no dia 18 de Setembro de 2018 no Tribunal da Guarda, sob fortes medidas de segurança. Nas declarações introdutórias, o advogado Francisco Pimentel, que representa um casal de arguidos, disse estar convencido de «que não há nenhum facto que ela [a arguida] tenha praticado activamente», enquanto o marido “nada teve a ver com a organização criminosa”. A leitura da sentença está marcada para as 14 horas de hoje, para o Tribunal da Guarda.