ULS da Guarda suspende aulas de preparação para o parto e grávidas ficam descontentes


As grávidas que estão a ser acompanhadas no hospital da Guarda, sobretudo as que vão ser mães pela primeira vez, ficaram descontentes ao saber que não há aulas de preparação para o parto. A enfermeira directora, Nélia Faria, assegurou ao TB que é uma situação transitória, que o curso está a ser «repensado» e que em breve deverá ser re-tomado.
Elisabete Gonçalves
elisagoncalves.terrasdabeira@gmpress.pt
As grávidas que estão a ser acompanhadas na Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda foram sur-preendidas com o facto de ter deixado de haver aulas de preparação para o parto. A notícia causou algum descontentamento, sobretudo junto das grávidas de “primeira viagem”. O curso de preparação para o parto, parentalidade e pós-parto, como é designado pela ULS da Guarda, é considerada uma mais valia pelas grávidas, que vêem na iniciativa uma forma de se prepararem não só para o momento do parto, mas também para a chegada do bébe, podendo ali receber algumas dicas e conselhos de como proceder numa etapa da vida que traz grandes alterações pessoais e familiares.
A informação chegou às grávidas como se as aulas tivessem terminado por alegada quebra de inscrições. Mas a enfermeira directora da ULS da Guarda, Nélia Faria, diz que a informação «não corresponde à verdade» e assegura ao TB que a actividade é para ser «retomada». Confirma que as aulas pararam em Agosto, mas que «em breve» poderão ser reiniciadas. Nélia Faria adianta que na comunidade, nomeadamente em Gouveia e Seia, as aulas já foram retomadas.
A enfermeira directora explicou que está em curso «uma remodelação do curso», nomeadamente ao nível de recursos humanos estando a ser «repensado um novo modelo». Instada sobre se a interrupção do curso está ligada ao protesto dos enfermeiros, Nélia Faria respondeu que a paragem «não está directamente» relacionada com a greve, sem no entanto adiantar pormenores. Sobre a motivação dos profissionais para prosseguir com esta valência, a enfermeira assegura que os enfermeiros envolvidos são profissionais «muito sensíveis» a esta temática.
A enfermeira directora escla-receu ainda que esta interrupção não belisca o estatuto do hospital da Guarda como “Hospital Amigo dos Bébes”. Nélia Faria explica que o compromisso da instituição é prestar informação credível às grávidas e essa, garante, é fornecida durante as consultas de acompanhamento.
As aulas de preparação para o parto foram iniciadas no hospital da Guarda em Fevereiro de 2007 e em 2015 passaram também a existir em Gouveia e Seia, na tentativa de cativar as grávidas daquela região do distrito a serem seguidas na ULS da Guarda.
Como explica a ULS da Guarda no seu site, o Curso de Preparação para o Parto e Parentalidade em Cuidados de Saúde Primários «oferece um acompanhamento especializado numa linha de continuidade, iniciando-se na fase pré-natal e mantendo-se ao longo dos primeiros dias de vida do filho e casal». O Curso de Preparação para o Parto tem a duração de 3 meses e inclui aulas teóricas, práticas, projecção de filmes e slides. As aulas teóricas, direccionadas na sua maioria ao casal, abordam temas como a fisiologia do trabalho de parto, a adaptação do organismo ao parto, educações para a saúde na área da saúde pré-natal e puerperal, sexualidade, alterações psicológicas e fisiológicas no puerpério, aleitamento materno, preparação para a estadia na maternidade e regresso a casa, cuidados ao bebé nos primeiros meses de vida, entre outros. A componente do exercício Pós-Parto inicia-se após 4 a 6 semanas do Parto e decorre em 5 sessões.
As aulas na Guarda decorriam das 18 horas às 20 horas, de Segunda a Quinta-feira. No site da ULS lê-se num texto publicado em Junho que «dado o grau de satisfação da comunidade», o Conselho de Administração da ULS da Guarda tem como objectivo «alargar a outros concelhos da área de abrangência da ULS este projecto».
EG