Unidade Local de Saúde da Guarda contrata 34 enfermeiros, metade do número considerado como necessário
A Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda assinou esta Segunda-feira contrato de trabalho com 34 enfermeiros e quatro técnicos de cardiopneumologia. Metade dos enfermeiros agora contratados (17) já exerciam funções nos serviços da ULS da Guarda, assim como os técnicos de cardiopneumologia, três prestam serviço na Guarda e um em Seia.
Os 34 enfermeiros contratados por tempo indeterminado estavam numa bolsa de recrutamento com 332 enfermeiros recentemente homologada pelo Conselho de Admnistração. A ULS da Guarda aguardava autorização do Ministério da Saúde, nomeadamente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro, para proceder à contratação dos profissionais. O número de enfermeiros contratados corresponde a metade do número considerado como sendo necessário. Ao pedido da tutela para que fossem identificadas as necessidades da instituição, a ULS da Guarda indicou o número de 60 enfermeiros como sendo o adequado.
O número fica ainda mais aquém das expectativas do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses que tem exigido que o governo autorize a ULS da Guarda a contratar 138 profissionais. Aquela estrutura sindical tem defendido que «a contratação de mais enfermeiros para a ULS Guarda depende apenas da vontade política. É fundamental que o Governo autorize agora a contratação, por tempo indeterminado, de 138 enfermeiros para dar resposta às necessidades gritantes de enfermeiros na instituição».
Os enfermeiros têm vindo a realizar greves em várias unidades hospitalares do país em defesa do horário semanal das 35 horas, o pagamento das horas extraordinárias e pela admissão de mais profissionais. Os enfermeiros da ULS da Guarda cumpriram três dias de greve em Agosto.
Na altura o dirigente sindical, Honorato Robalo explicou que a «esmagadora maioria» dos enfermeiros que prestam serviço na ULS da Guarda «fazem mais de 35 horas», seja por terem contrato individual de trabalho seja pela «escassez» de recursos humanos, outra das reivindicações da paralisação. O sindicalista revelou que quase um terço do total de enfermeiros, 197, tem contrato individual de trabalho. «Há enfermeiros que têm uma carga horária acrescida acumulada de 50 a mais 100 horas semanais, sem qualquer compensação financeira extra, devido à grave carência de enfermeiros na instituição», argumenta, adiantando que há quem faça «turnos contínuos» e trabalhe 16 horas diárias, para suprir necessidades de serviços. A estes acrescem outros 138 enfermeiros, «precários», com contrato de substituição ou contratados através de uma empresa de trabalho temporário, a quem não se aplica, igualmente, a regra das 35 horas.
Recorde-se que o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses tem agendada para estas Quinta-feira e Sexta-feira uma greve nacional. Entre as reivindicações está precisamente a «abertura imediata de concurso nacional com vista a admitir dois mil enfermeiros e o aumento de contratação para os hospitais, e de quatro mil enfermeiros para 2017».